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Foto del escritorRichar Enry

ENTRE O USO DA MÁSCARA E A INSEGURANÇA, O QUILERO

Actualizado: 29 may 2020

Este é o momento de criar fontes de trabalho


Uma discussão pública tem estado na boca do povo nestes dias e se refere ao uso de uma medida preventiva de saúde, que tem sido magicamente relacionada à variação da taxa de criminalidade para as empresas, como se o uso de capuz, capacete, qualquer pano ou nada em seu rosto não bastasse para quem quer cometer um crime, mesmo à custa de ser filmado e gravado pelas câmeras, como se não fosse o suficiente desconfiar de todos que entram em um negócio julgando pela aparência, agora deveriamos tambem começar a desconfiar de quem se protege com uma máscara?. Esse tipo de generalização me levou a um passado recente, onde o ex-Presidente do Uruguai Dr. Tabaré Vazquez expressou: "Existe uma quadrilha criminosa que traz diesel da fronteira", sem saber ou negando, não apenas que a grande maioria dos produtores da fronteira produz e sobrevive graças ao consumo desse combustível mais barato, mas também que seria impossível a existência de um país produtivo, de um Uruguai profundo que dá vida a grande parte da população, se não fosse ao consumo de mercadorias inseridas de contrabando no seu país. Não pretendo apoiar o crime, nem justificar os grandes contrabandistas que entram em seus contêineres pelo porto (entre 22:00 e 06:00 da manhã sem pasar pelo scanner), ou aqueles que entram em caminhões pelas rotas, mas depois se tornam "empresários" e se juntam a partidos políticos, promovendo candidaturas legislativas para combater aqueles que fazem o mesmo que eles, mas em menor escala. Nessas linhas, quero referir-me àqueles que foram e vão hoje, desde antes da fundação do país, àqueles que trazem alguma mercadoria ou bens de consumo que lhes dá um lucro mínimo e que lhes permite gerar uma renda para retornar ao outro dia e, assim, atender às suas necessidades e às de suas famílias. Não é segredo que, desde a origem da palavra contrabando (ir contra as ordens ou normas impostas pela coroa espanhola em suas colônias, por exemplo, quando ordenou não comercializar com os habitantes das terras da coroa portuguesa), havia entendido que havia desobediência, rebelião ou negação ao cumprimento de uma norma, mas eles também sabiam que a partir do momento em que uma linha de demarcação é estabelecida, um limite ou uma fronteira, nesse ambiente são gerados diversos modos de vida que procurarão subsistir ante a proibição. Da mesma forma, ladrões, assaltantes ou estupradores sofrerão mutações, imitarão e se transformarão, mas não deixarão de fazer o que fazem, porque os limites humanos impostos não impedem as pessoas de agirem como agem, por necessidade ou vontade. Em conclusão, devemos parar de pensar e agir de maneira reativa, correndo atrás dos problemas ou possíveis conflitos que surgem das normas legais criadas e condicionam as ações das pessoas, e começarmos a pensar preventivamente, proativamente, antecipando conflitos, analisando por que estamos tão preocupados que uma horda de criminosos saia para saquear supermercados com máscaras, atingindo ou matando pessoas, e não nos importamos com o "quilero" que sai para ganhar a vida, mesmo ao custo de sua própria vida, mas ele é tratado pela norma penal da mesma forma. Este é o momento de criar fontes de trabalho, liberar as barreiras tarifárias, discutir outras formas de importação que permitam que esses empreendedores sacrificados trabalhem legalmente com dignidade e honestidade para sustentar as suas famílias.

Richar Enry

@RVideoMaker


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